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Ainda que me reste um último suspiro…

Quatro quilos a menos…

Vocês não tem noção de quantas vezes eu comecei e apaguei esse post, além de tantas outras nas quais eu o ensaiava na minha cabeça procurando o jeito mais fácil de falar sobre esse assunto (e por isso não teve post de aniversário!)

Eu acho que falar sobre emagrecer na web é BEM COMPLICADO, ainda mais quando temos aqui do outro lado da telinha um leigo (oi!) falando.

Mesmo em textos de “profissionais” (como um que eu li essa semana, mas não vou nem citar a fonte porque eu acho que aquele texto não deveria ser lido por NINGUÉM que quer emagrecer) as vezes encontramos coisas que nos dão uma falsa sensação de apoio e incentivo pra nossa “luta contra a balança”, mas na verdade são mais pró-ana* que muitos textos encontrados em blogs pró ana* e mia*.

Nesse texto eu li “conselhos” para recusar comida que sinceramente EU USAVA quando estive na minha pior fase com a bendita da ana (pois é, pois é, por isso eu não sabia como escrever esse post, eu tenho SÉRIOS problemas com peso alimentação que não quero que influenciem mais a mim nem, muito menos, a vocês).

Reeducação alimentar não tem NADA A VER com recusar comida. Não! Reeducação alimentar é sobre aprender o que seu corpo precisa ingerir e QUANTO! Quanto você precisa comer para estar satisfeita e também entender melhor que efeito determinado alimento terá no seu corpo ao ser ingerido, para que você conscientemente faça escolhas melhores, mas não é por isso que você vai recusar um lanche quando sair com amigos (coma metade se possível, mas não se prive do prazer da comida, como se isso fosse uma coisa ruim!) afinal de contas, comer NÃO É RUIM!

Comer demais pode ser ruim, mas TUDO QUE É DEMAIS É RUIM, exercício demais também é ruim, dietas rigorosas de mais também são ruins, AMAR DEMAIS É RUIM. Tudo em exagero é ruim pra gente de alguma forma.

Meus “quatro quilos a menos” se foram numa batalha nada feliz, que começou em dezembro, quando a pessoa de quem eu menos esperava me disse: “você está gorda e TEM que emagrecer”. Não era por saúde e, sinceramente? Nem sequer era por eu estar de fato tão gorda assim… Era porque a pessoa decidiu que tinha que ser cruel comigo, decidiu que não me amava e tinha que me fazer sofrer… Pois é, é tenso dizer isso em público, mas hoje, analisando bem tudo que eu passei desde dezembro, eu entendo que foi isso que aconteceu.

Quando a gente decide emagrecer começa um longo processo de explicarmos nosso corpo pra todo mundo (e pra nós mesmos!) acho que a frase que eu mais falei (que é a frase com a qual eu iria começar esse post) é: eu sempre fui gordinha, nasci um bebê gordinho… Isso não é desculpa e bla bla bla, eu sei, sempre soube que eu NÃO PRECISAVA ser gordinha pra sempre só porque eu nasci gordinha… Mas eu nunca cheguei a um peso realmente preocupante e, como não tinha condições financeiras e nem muito apoio familiar pra correr atrás de um emagrecimento saudável, depois de uma série de tristes tentativas frustradas (algumas delas muito sérias e problemáticas) eu tinha decidido aceitar meu corpo, aceitar a mim mesma e esperar um dia poder caminhar com minhas próprias pernas e com meu próprio dinheiro pagar nutricionista, academia e tudo aquilo que precisamos para emagrecer BEM, DE VEZ e COM SAÚDE!

Acontece que aconteceu tudo que aconteceu em dezembro e, por causa de um problema de saúde que eu tive pra somar a todos os momentos ruins, minha mãe acabou abraçando a causa comigo e em fevereiro fui na segunda nutricionista que eu visitaria na minha vida… E deu certo! (porque a primeira foi tensa, mal educada e tudo de ruim, resumindo: não consegui levar a diante o que ela mandou fazer). Estou indo na nutri faz um mês, estava fazendo zumba em casa e agora comecei a fazer academia… Resultado? 4 quilos a menos!

Quando saio com meus amigos não deixo de comer “besteirinhas”, mas como eu estou em reeducação alimentar, penso melhor antes de pedir o lanche mais calórico, ou mesmo como menos porque já comi tanto durante o dia que não cabe mais! Se acontece de eu comer mais do que “devia” não entro em noia, afinal de contas estou adotando um novo estilo de vida, um novo relacionamento com a comida, com exercícios físicos e com meu corpo.

Uma coisa interessante que a nutri me disse, me fez pensar e me ajudou a seguir com tudo isso e isso sim eu deixo de dica pra vocês: quando eu saí de casa pra morar sozinha eu NÃO SABIA COZINHAR e isso, somado a toda a má alimentação durante minha infância e adolescência contribuiu pra que eu não perdesse peso não importa o esforço físico que fizesse pra perder, afinal de contas comida congelada e besteirinhas tem muito sódio, sódio retêm líquidos, líquidos retidos não nos deixam perder peso! Agora eu cozinho muito mais em casa e diminuí o sal, a maior fonte de sódio em nossa comida vem do sal que usamos pra temperar as coisas!

Enfim, esse post todo é pra dizer que: tem coisas ruins que vem para o bem! O fim do meu namoro me fez um mal danado e mesmo antes do fim acabou com minha auto estima e auto imagem… Mas bola pra frente, ainda não consigo gostar da garota do outro lado do espelho, mas estou trabalhando nisso da melhor forma que eu posso e melhor: sem me machucar ou deixar mais ninguém me machucar! E todo esse esforço está me ensinando que eu posso chegar lá (65kg) um dia! 🙂

Áh, só pros curiosos de plantão: não tenho problemas em dizer! Comecei tudo em fevereiro com 78kg e tenho 1,55m de altura… Agora estou com 73,8~74kg! 😀

E: PARABÉNS PRA MIM! 23 aninhos! 😀

euzinha

*ana = anorexia (transtorno alimentar que faz a pessoa deixar de comer por longos períodos e/ou até por dias, em busca de emagrecer mais rápido)

*mia = bulimia (transtorno alimentar que faz a pessoa comer e logo em seguida vomitar, para “não engordar”)

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K-Chan Nhayök

3 comentários em “Quatro quilos a menos…

  1. Parabéns pela conquista! Quando decidimos melhorar nossa saúde, mesmo que os avanços não pareçam muita coisa, já faz diferença no nosso organismo. A gente quer ver logo a gordura sumir, aquele jeans entrar, mas não percebe que mudando nossos hábitos ruins é que a transformação, a diferença vem de dentro pra fora.

    Continue assim!

    Kisu!

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